Desde a descoberta no século XV (1483 por Diogo Cão), até ao século XX, Angola esteve sob administração portuguesa.
Nas décadas de 1840 a 1850 o colono e comerciante Silva Porto, teve grande influência ao fixar-se no centro de Angola onde não havia outros brancos, alcançando grande prestígio e influência, defendendo a soberania portuguesa no centro de Angola.
A partir de 1870 iniciou-se um conjunto de viagens e expedições em toda a África especialmente em Angola.
Até à década de 1920/30 o progresso da colónia foi escasso. A política de Norton de Matos, em 1945, aumentava significativamente o número de exportações e importações.
O início dos ataques armados em fevereiro de 1961 levaram muita gente a acreditar na concessão por parte de Portugal da independência, dando início a uma guerra de guerrilha até à descolonização em 1975.
Os Acordos de Alvor, em janeiro de 1975, patrocinado pelo Governo de Portugal, estabeleceram um governo de transição com o poder partilhado pelos três movimentos que tinham participado ativamente na luta armada, designadamente o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) que inicia as suas funções em 1956, liderado pelo Dr. Agostinho Neto, a FNLA (Frente Nacional para Libertação de Angola), liderada por Holden Roberto, e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola), liderada pelo Dr. Jonas Savimbi. Em setembro a FNLA e a UNITA desencadeiam a chamada “segunda guerra de libertação”, a que correspondeu a proclamação unilateral da Independência de Angola, a 11 de novembro de 1975, por Agostinho Neto, reconhecida pela maioria dos membros da comunidade internacional.
Face à instabilidade que se vivia, a população de origem europeia vai abandonando o território, procurando refúgio essencialmente em Portugal e nalguns países da região; é o desaparecimento dos quadros médios e superiores, num processo que deixou profundas marcas.
Enquanto a FNLA se apaga, assumindo-se apenas como partido político, o MPLA e a UNITA dão início a uma luta violenta e generalizada.
(Anos 90 do século passado)
GEOGRAFIA
O território de Angola situa-se na costa ocidental de África, encontrando-se limitado entre os Paralelos 4 graus e 22 minutos e 18 graus e 03 minutos de latitude sul, entre os meridianos 11 graus e 41 minutos e 24 graus e 05 minutos Este de Greenwich.
Limites:
Norte: Rio Zaire e República Democrática do Congo
Sul: Namíbia
Leste: República Democrática do Congo e Zâmbia
Oeste: Oceano Atlântico Angola tem uma superfície de cerca de 1 246 700 Km2, dos quais 7 680 dizem respeito ao enclave de Cabinda sendo 13,5 vezes a superfície de Portugal.
Extensa meseta que ocupa quase todo o interior, desce mais ou menos bruscamente sobre a costa Atlântica e muito suave sobre as fronteiras oriental, norte e sul; pode-se considerar dividido em três zonas distintas:
RELEVO
O relevo que predomina em Angola é o planalto, com uma altitude média superior a 1000m.
Zona sub-planáltica: apresenta-se movimentada cortada de ravinas e vales, exceto na região do Congo que, embora continue acidentada, é consideravelmente diminuída a sua aspersa montanhosa. Esta zona de altitudes compreendidas entre os 400 e os 1000 m, e estende-se N a S, adjacente à primeira; a faixa, de largura variável vai desde os 300 Km (paralelo de Malange) até aos 200 Km (região de Ngunza) tornando a alargar junto de Cunene (150 Km). Zona litoral : estreita de terras baixas, com uma largura máxima de 200 Km (Vale do Cuanza) e mínima de 15 a 20 Km (S. de Benguela), voltando a alargar para a S. e atingindo, na foz do Cunene, a largura de 100 Km. Estende-se desde a costa até à costa dos 400m.
Para Este o planalto esbate-se suavemente. Zona planáltica: A maior parte do território do país está compreendida nesta zona, que consideraremos ainda dividida em dois planaltos: primeiro planalto com cotas entre 100 e 1500 m (a maior extensão); segundo planalto, com altitudes superiores a 1500m (grande parte do planalto do Bié, que se estende para SO até á região do Lubango. Este planalto cai quase sempre abruptamente para Oeste; na região de Huíla o declive acentua-se ainda mais, constituindo as ásperas vertentes da serra de Chela.
O enclave de Cabinda é quase plano com cotas inferiores a 1000m. O núcleo central da região planáltica (Bié) constitui um dos maiores centros de dispersão de águas do continente Africano, e aí se encontra o acidente de maior altitude do país, o Morro do Moço com 2620 m de altitude. Merece também destaque o maciço do alto do Zambeze a Leste, com uma altitude máxima de 1428m.
HIDROGRAFIA
Ao observar-se um mapa de Angola notar-se-á a existência duma extensa rede hidrográfica, dividida em quatro vertentes: Atlântica, do Zaire, do Zambeze e do Kalahari.
Na sua maioria, os rios são navegáveis em curtos troços junto à foz, correm em vales encaixados, e têm rápidos e cataratas ao longo do curso. Estas características associadas ao relevo constituem um obstáculo á penetração para o interior.
EXTENSÃO E LIMITES
A zona de ação da Companhia Logística 6 era todo o território Angolano. A CLog 6 tinha o seu Posto de Comando na cidade de Huambo, um Destacamento no Lobito e um Destacamento em Viana.
FATOR ECONÓMICO
Angola é um país com abundantes recursos naturais, embora por razões diversas, que se prendem com o estado de guerra, não sejam devidamente explorados. Faltam os investimentos em capital, mão-de-obra qualificada e não qualificada, equipamentos e ferramentas adequadas, sistemas de transporte, circuitos de distribuição e de mercado adequados.
Angola possui diferentes minérios de grande variedade e valor, nomeadamente, importantes jazidas de lenhite na província do Moxico, a Sul da cidade de Luena, que atualmente não se encontram em exploração.
RECURSOS ENERGÉTICOS
Apesar da situação atual, o petróleo bruto e o gás natural constituem as principais atividades da indústria angolana, representando 96,5% do valor acrescentado bruto e cerca de 55% do PIB. As principais companhias que operam em Angola são A Cabinda Gulf Oil, Total, Elf Aquitaine Angola, Texaco, Agip, BP, Braspreto, Fina e Sonangol.
A energia elétrica é fornecida por três sistemas distintos, baseados nas bacias hidrográficas dos rios Cuanza a Norte, Catumbela ao Centro e Cunene a Sul. A maior parte das instalações de produção de energia situam-se na metade ocidental do território, onde também se concentravam os centros populacionais e a maior atividade industrial.
Existem minas de ferro no Kassinga (Namibe) e Kassala-Kitungo, mas a exploração está praticamente suspensa. Além da zona de exploração tradicional na Lunda Norte, estão a ser exploradas novas jazidas nas regiões Kwango e Lucapa. Na Lunda, as jazidas de Quimberlitos estão a começar a ser exploradas, estimando-se que sejam das maiores do mundo.
Estes abundantes recursos minerais, cuja parte explorada permite por si só, sustentar uma economia degradada pela guerra. Existe ainda exploração de fosfatos em Mongo-Tando (Cabinda) e em Kindonacaxa (região do Zaire).
FATOR SOCIAL E HUMANO
Para uma população estimada em 10 milhões de habitantes, em 1995, 4 milhões necessitavam urgentemente de comida e à qual o Mundo deu uma resposta ao nível de apoio humanitário. Anualmente o rendimento Nacional Per Capita é aproximadamente de 620 dólares, mas só para pessoas com negócios de elite, na maioria com o nível de vida baixo tem um rendimento de 6 dólares mensais. Como consequência da gradual implementação do Protocolo de Lusaka as massivas mortes sem julgamento que caracterizaram Angola em 1994 foram decrescendo, continuando no entanto a verificar-se sérios abusos dos Direitos Humanos.
ASPECTOS CARACTERÍSTICOS DE MAIOR IMPORTÂNCIA MILITAR
O planalto do Bié é a região mais elevada da extensa meseta Angolana e onde se encontra um dos maiores centros de dispersão de águas do continente Africano.
A região do Uíge-zaire, pelas suas característica de relevo e revestimento vegetal, tem boas zonas de refúgio; a sua proximidade em relação a Luanda confere particular importância. Com características semelhantes de relevo e vegetação pode considerar-se a região de Maiombe, no território de Cabinda.
Existem ainda algumas manchas nomeadamente junto ás margens dos rios Cuango, Cassai, que pela sua arborização também têm a sua importância, embora local, como possíveis zonas de refúgio.
A penetração de Angola através do litoral é difícil dada a pequena largura da faixa costeira e a subida mais ou menos abrupta para a vasta meseta. Este facto é mais sensível a sul do Cuanza pois, pelo vale deste rio e a Norte dele, aquelas dificuldades de penetração esbatem-se, não obstante a costa ser elevada e pouco propícia a desembarques.
A penetração de Angola a partir do interior de África é relativamente fácil sendo particularmente importante a que se considere através da fronteira compreendida entre os rios Cuango e Cassai e que atinge o planalto do Bié pela linha separadora das vertentes Norte, Sul e Sudoeste (sensivelmente a linha do caminho de ferro de Benguela), bem como entre Zaire-Cuango e Cuango-Cassai podendo a primeira atingir rapidamente Luanda e a segunda permitir a ocupação da estratégica área diamantífera.
O clima conjugado com a natureza do solo, condicionam a mobilidade na região planáltica durante a época das chuvas.
GEOGRAFIA HUMANA
A população total de Angola, segundo estimativas de 1991, seria aproximadamente de 10 310 000 habitantes, a que corresponde uma densidade média de cerca de 9 hab/Km².
A concentração da população em áreas urbanas evoluiu de 15% em 1970 para 24% em 1985 e 28,3% em 1990. A situação de guerra que o país atravessa tem vindo a agravar a fuga para as cidades, onde os refugiados procuram apoios e expedientes para sobreviver, sobrecarregando as já incapazes estruturas urbanas.
Cerca de 41,5% da população concentra-se em 3 províncias: Luanda com 15,8%, Huambo com 14,8% e Bié com 10,9%.
A população Angolana tem uma taxa de crescimento anual de 2,85% resultante de valores elevados típicos de natalidade e mortalidade. A esperança de vida é de 42 anos para homens e de 47 para mulheres.
As restantes oito províncias não atingiam os 300 mil habitantes cada.
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